A indústria cultural passou por transformações enormes na última década. Uma das principais foi a popularização dos serviços de streaming, que atingiram diferentes ramos, como o cinema.
Enquanto alguns afirmam que essa tecnologia vem provocando prejuízos para os profissionais da cultura, dados estatísticos mostram que a história não é bem essa. Somente no cenário musical, o streaming foi responsável por nada menos que 80% do faturamento total nos Estados Unidos em 2019, segundo informações da RIAA (Recording Industry Association of America).
Por isso, se você adora essa tecnologia e quer assistir ao jogo do seu time de futebol, acompanhar a sua série favorita ou curtir filmes em uma smart TV, veja como o streaming funciona e quais são os principais serviços no mercado brasileiro hoje.
Funcionamento
A principal razão que explica a popularização dos serviços de streaming nos últimos anos é o fato deles permitirem o consumo de conteúdos em qualquer dispositivo que esteja conectado à internet. Isso promove uma comodidade sem precedentes, já que basta ter conexão à rede para assistir ao que quiser, onde e quando desejar.
Nessa lógica, o “consumo sob demanda” quebra o monopólio de canais de televisão. Se, anos atrás, era comum ouvir “preciso ir, senão vou perder a novela”, hoje, essa tecnologia permite que você consiga conciliar todos os seus programas audiovisuais nos melhores horários.
Se esses serviços podem ser comprados a preços baixos, que podem chegar a R$ 15, a indústria aumentou o faturamento, pois o número de clientes simplesmente aumentou.
Outra vantagem é que esses serviços reduziram muito a pirataria, já que é preferível gastar pouco dinheiro em contratos seguros, sem correr o risco de provocar danos nos aparelhos eletrônicos. Assim, confira alguns dos principais serviços de streaming no Brasil hoje.
Netflix
“Prefiro ficar em casa vendo Netflix” — esta é uma frase que se tornou cada vez mais frequente entre amigos e familiares, mostrando o alcance desta que é a maior plataforma de streaming do mundo.
O sucesso já era grande simplesmente dobrou este ano, devido à necessidade de permanecer em casa. No final de abril, a empresa sediada na Califórnia anunciou um faturamento de US$ 5,8 bilhões e lucro líquido de US$ 709 milhões. Nessa época, o número de assinantes atingiu nada menos que 183 milhões, o que equivale a quase o triplo da população francesa!
Looke
Esta plataforma oferece assinatura mensal e aluguel avulso. No catálogo diversificado de filmes, constam sucessos recentes, como Parasita (2019) e O Homem Invisível (2020). O Looke está disponível em aparelhos Android, smart TVs, iPads, computadores Windows e macOS, além do console Xbox One.
Os assinantes da plataforma pagam uma mensalidade que pode variar entre R$16,90 e R$ 25,90. Outra vantagem do Looke é o acesso dos internautas aos festivais internacionais, como o Varilux de Cinema Francês, que foi exibido em 2020, por meio do streaming.
Amazon Prime Video
A gigante do e-commerce e da inteligência artificial também deu os seus primeiros passos no mundo do streaming. Em janeiro de 2020, a empresa anunciou ter atingido um total de 150 milhões de usuários.
Além da diversidade de títulos exclusivos e estrangeiros, que não costumam chegar ao Brasil nos circuitos de cinema, um dos atrativos da Amazon Prime é o preço: a mensalidade custa apenas R$ 9,90 ou R$ 89 ao ano.
Spcine Play
Esta é uma plataforma especializada em cinema nacional, organizada pela Spcine — empresa de cinema e audiovisual ligada à Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo.
Para quem curte música brasileira, a Spcine Play tem como diferencial uma série de longa e curta-metragens, selecionados por festivais nacionais, além de oferecer conteúdos exclusivos de shows e entrevistas.
Até o fim de 2020, a plataforma disponibilizará todos os seus títulos gratuitamente. Os usuários podem acessar o acervo no site oficial ou por meio da plataforma Looke, sendo possível acompanhar os conteúdos pelo celular ou pelo computador.
Afroflix
Esta é uma plataforma de conteúdos audiovisuais que trazem, pelo menos, uma pessoa negra na produção, na direção, no roteiro ou na atuação. O acervo é variado e não se limite apenas a séries e filmes, mas também engloba videoclipes e materiais experimentais.
Para entrar na Afroflix, uma produção audiovisual deve ter alguma referência ou tematizar culturas negras. O acervo possui títulos que fazem referência, sobretudo, às culturas negras brasileiras, mas é possível encontrar conteúdos de outras nacionalidades, desde que elas obedeçam aos critérios de seleção.
Todos os vídeos da Afroflix são gratuitos, não exigem assinatura mensal, nem compra. Eles podem ser reproduzidos tanto no site da plataforma, quanto no YouTube